Coelho de Sousa: 1 de Dezembro, agora (VI e último)
DSousa, 17.12.07
(VI)
Não cede à vil ganância a Pátria Lusa
nem junto de Carmona a sua alma acaba...
Em vales de Quitexe liberta e não confusa
Entrou triunfante: heróis do mar, Mucaba...
É duro este penar, este calvário é longo...
Oh! mães que estais chorando os filhos do amor...
Deixai-os avançar, vencer em Nambuangongo
E a Pátria será livre, enorme o seu valor!
Eu sei que a vossa dor é grande e não consola
Um verso que mal soa em onda mal ouvida...
Mas neles e por eles é que é nossa Angola
E sobre a morte horrível já triunfa a vida...
Eles são como os quarenta da manhã
que deu a Portugal tamanha glória.
E cada mãe agora é qual Vilhena mãe
Que aos filhos arma cavaleiros para a vitória.
Um de Dezembro agora,como um dia foi
Restauração da vida, a glória sem igual.
É cada filho vosso um português herói
A quem se deve unido, eterno Portugal...
O mundo há-de saber que não morreu ainda,
quem nunca há-de morrer é esta lusa gente.
Angola é nossa, é muito nossa, Angola infinda,
Que a Pátria portuguesa vive eternamente.