Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

Coelho de Sousa: Angra, cidade querida

DSousa, 05.09.06

Nota Prévia:

No manuscrito de CS que tenho vindo a utilizar, estas duas quadras sobre Angra, encontram-se numa página própria, entre "A Volta à Ilha" e "Angra, por ti".
O mais provável é que CS as tenha juntado à Volta à ilha. Mas é impossível ter a certeza.
Por isto,as mantenho aqui separadas, tal como se encontram no original.

 

Minha cidade querida
Uma cantiga ao luar.
Uma  saudade é a vida,
E o nosso pranto é o mar...

 

Angra dos sonhos de outrora
Minha estrofe de poema
Que venho entoar agora
à nobreza do teu lema...

Coelho de Sousa: Angra, por ti (V)

DSousa, 28.08.06

 

Tu hás-de ser agora e no futuro
Igual e mais do que tu foste herdeira.

Angra! Querida Angra!
Avança e vibra, e luta por vencer
Tu és a alma da Terceira
E a alma nunca poderá morrer!

Angra, como te quero.

Em ti espero.

Eu sonho-te heroína laureada,
Eu sonho-te rainha coroada
Em corte de beleza imaculada!

Ah! nada! nada!
Há-de empanar teus brilhos.

Assim o quero
Assim o espero
Assim o queiram os teus filhos!

Coeho de Sousa: Angra, por ti (III)

DSousa, 17.08.06

Angra,
Dos monumentos,
da oração dos nossos pais,
nossos maiores,
onde se guardam seus ais
e suas dores.

Angra,
Cidade dos segredos
envoltos nas velas
das caravelas,
e fio das espadas,
dos Bruges e Figueiredos,
Cortes Reais,
Briandas, Violantes e Drumondes,
Cantos e Castros, Carvalhais...
E muitos mais...

 

Angra,
É teu Paulo da Gama...
E João Batista, a chama
da tua glória acende ao oriente...
Ilha de Cristo, és tu unicamente
Quem deu para os Altares um seu filho,
E Angra, a sua mãe, bendita seja!

Coelho de Sousa:Angra, poema aberto em pedra e cal (I)

DSousa, 13.08.06

Angra, por ti, última vez,
Angra, por ti, última vez aqui
neste programa,
A vida é para ti,
E a minha voz te aclama.

 

Angra, um poema aberto em pedra e cal.
Se em cada estrofe pulsa um coração,
Em cada coração nobre e leal,
Amor e fidalguia, em seu brasão!

 

Rainha do mar alto aberto em luz
Floriu num amplexo o teu regaço...
E a ilha que é de Cristo, o bom Jesus,
Sentiu logo em si um tal abraço...

 

Nas pedras dos umbrais ou pelas ruas
Escrita a tua história luminosa.
As letras são estrelas e são luas
Em céu de glória eterna e esplendorosa!

Esclarecendo

DSousa, 13.08.06
Para aqueles que tenham a preocupação de compreenderem melhor o texto e o contexto das entradas que se vão seguir, com um poema de Coelho de Sousa, lido aos micofones do Rádio Clube de Angra,nos anos 50 e tendo como tema a cidade de Angra,reponho aqui, o texto introdutório publicado neste blogue a 6 do passado mês de Julho.

vidatitulo1 3.jpg vidatitulo2 41.jpg

Estas são reproduções do genérico dos dois textos, que vamos começar por transcrever no blogue, e que eram lidos pelo "locutor" do RCA que acompanhava CS no programa.
Embora se trate de dois programas muito distanciados no tempo, em relação às datas em que terão sido utilizados no RCA (um deles anuncia mesmo o termo do programa), não foram escolhidos por acaso.
É que têm um tema semelhante.
O primeiro deles é uma "Volta à Ilha" com referências às freguesias da Terceira e a outros locais da ilha com significado geográfico ou histórico.
O segundo tem por tema a cidade de Angra.
Com todas as diferenças que serão evidentes a quem os ler, é fácil reconhecer a estes versos ressonâncias das "Cantigas à Ilha Terceira, à cidade, à Praia e aos montes" da "Festa Redonda" de Vitorino Nemésio.
Facto que, nem é de estranhar, se nos lembrar-nos que a 1ª edição da "Festa Redonda," na Bertrand, é de 1950, e estes versos de CS são de 1954/1955. 

Coelho de Sousa: Volta À Ilha (XIII)

DSousa, 03.08.06

vioutrodia 41.jpg

Oh! Angra, querida Angra,
Num sorriso tu me esperas
Oh! donairosa princesa
Rainha das primaveras...

Outro dia hei-de voltar
tenho muito que dizer-te
Tu és filha do mar...
Volta sempre para ver-te

Quem uma vez já te viu...
E tu és o meu encanto...
Amor que a alma sentiu
enche de amor o meu canto...

Voltarei para cantar
Igrejas, Praças, jardim,
Monte Brasil e o mar
A tua graça sem fim...

Adeus Angra, vou p'ra Vila
Que levo tanta saudade...
Meu berço por mim espera...
Vila, p'ra mim és cidade!