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ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

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DSousa, 29.06.14

Não esperes que tê

O que nunca possuí

Pediste-me meu coração

Deito logo que nasci.

 

E o que se deu está dado

Retirá-lo, não retiro.

Fico sem o coração,

mas morrer assim prefiro.

 

O coração é fogueira

Dum incêndio muito grande

Quanto mais água de ausência

mais fogo ainda se expande

 

 

 

 

                                                                                                                                                                                                              do

Coelho de Sousa: Romance das mães que choram (VI)

DSousa, 06.03.08


















Os olhos são menos verdes.
Está cortado o cabelo,
E no corpo vai a farda.
Assentou praça no castelo.


Tu não chores minha mãe
Meus irmãos te alegrarão.
Hei-de voltar qualquer dia.
Já sou grande e já sou forte.
Quero lutar e vencer
Por amor da nossa terra.

Dizes bem meu rico filho
Eu te ofereço generosa
Mas ninguém pode evitar
Que chore a tua partida...

Teus irmãos ficam comigo,
Mas teu lugar é  vazio...
Ficas no meu coração...
 É a saudade que chora.


Coelho de Sousa: Do Mar e da Saudade (VII)

DSousa, 08.02.08




DO MAR E DA SAUDADE (VII)






Nem muito ao mar... nem à terra
Diz o ditado... é verdade:
Mas nisto de saudade
 O ditado não se encerra...


A saudade me atormenta
Como atormenta qualquer.
É um mal  que não se quer
Quando é um bem que se ausenta...


Neste jogo do sim e não
A saudade joga a vida...
Em ficar alma retida
Quando parte o coração.

É chorar de olhos enxutos
Os sonhos mais os desejos.
Morrer no lábios os beijos
Sempre vivos...já sepultos.


Coelho de Sousa: Natal - Sonetos de Expectativa e Consolo (IV)

DSousa, 27.12.07




(IV)






Fiquei à tua espera a noite e o dia
Na ânsia de encontrar a felicidade.
Pensei até, meu Deus, o que não cria:
Que não voltasses mais. Isto é verdade.

Mas tu reconheceste a ousadia.
E o mais que a letra olvida ou persuade.
E tu voltaste. O olhar assim dizia:
Amor compadecido e saudade.

Tu viste o pranto amargo a deslizar
Na face do tormento e sem ter culpa.
E foi o mais pedir: perdão... desculpa.

Que culpa tenho eu de tanto amar
E ser o quanto sou, mal por meu fado:
Um coração ardente a todos dado?