Coelho de Sousa: Também as setas dão glória (VII e último)
(VII)
Até quando, Imperador
Te deixarás enganar?
Tu mentes
e és injusto!
Fica a saber,
E contigo estas gentes:
Que um só Deus é verdadeiro.
É aquele que ao madeiro
se abraçou
e por nós morreu...
Quem és tu?
Quem sou eu?
Sebastião que varaste
com as setas da mentira,
do teu ódio e do rancor...
Há um só Deus que é amor...
E os cristãos teus vassalos
podes feri-los, matá-los
mas em todo o teu império,
na terra inteira,
não terás quem mais te queira...
À morte! À morte!
À morte! o falsário, o nazareno
O perjuro!
Que não tenha melhor sorte...
Degolado...Degolado!...
Foi assim que uma luz
se apagou nesta vida,
para ter da vida o gozo
Que jamais pode ter fim!