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ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

Coelho de Sousa: São Versos de Pentecostes (VIII)

DSousa, 19.04.08








Já não há medo de alfange
Nem a cruz pode assustar,
Só a fuga ainda confrange
quando acerta de lembrar.

Venha  agora quem vier
Decidida está a alma.
Nem que seja até morrer
Que o martírio será a palma

Tudo assim será aceite
Como Ele em puro amor
P'ra ser luz morre o azeite
Bago pisado é melhor.

Pentecostes, vento e fogo
Sacudindo o que é parado
E logo
abrasando o que é chamado.

Coelho de Sousa: É uma nuvem

DSousa, 23.02.08



É uma nuvem...





É uma nuvem trágica, infernal,
Que vem e que se apossa do meu ser.
O corpo fica lasso com o mal
E a alma  negra e fria a apodrecer.

Não há nem mais a mente para entender
Que a terra é tanta, a fúria é tal
Que o Verbo já não é. E para ver
Os olhos são de múmia espectral.


Envolta nos panais da ingratidão,
Mirrada dia a dia ao gosto vão
Do ser-não-ser como em delírio.

Oh Deus, como o arminho que da lama foge
Queria eu fugir da nuvem negra de hoje...
Ma seu sou eu. E a nuvem é o meu martírio.