Coelho de Sousa: Quando o Silêncio
DSousa, 19.02.08
Quando o Silêncio...
Quando o silêncio me domina
E não sou mais que um ponto no infinito,
Eu sinto dentro em mim ânsias de um grito
A voz da alma pequenina!
A noite é como um lago onde não cresce
Nenufar doiro ou sangue ou nada...
E vem dentro de nós alada
a voz do imponderável que entumesce...
E faz-se a onda viva, enorme,
batendo as praias todas da nossa alma...
- mar de Silêncio e Ciúme e Peixe e Calma -
Que ao fundo o turbilhão já dorme.
Meu grande nauta delirante,
Que vais na barca e rumo nessa Estrela.
Marca bem o rumo, rasga-te a Vela,
A proa erguida, avante!
Nota Este é um poema introduzido aqui, por razões semelhantes ao anterior. Aparece numa folha solta deste caderno de 1962 mas, pela temática, parece datar dos anos 50, altura da composição e edição dos "Poemas de Aquém e Além", onde abundam estes temas dos estados de alma, ao mesmo tempo personalizados e abstractos.
Quando o silêncio me domina
E não sou mais que um ponto no infinito,
Eu sinto dentro em mim ânsias de um grito
A voz da alma pequenina!
A noite é como um lago onde não cresce
Nenufar doiro ou sangue ou nada...
E vem dentro de nós alada
a voz do imponderável que entumesce...
E faz-se a onda viva, enorme,
batendo as praias todas da nossa alma...
- mar de Silêncio e Ciúme e Peixe e Calma -
Que ao fundo o turbilhão já dorme.
Meu grande nauta delirante,
Que vais na barca e rumo nessa Estrela.
Marca bem o rumo, rasga-te a Vela,
A proa erguida, avante!
Nota Este é um poema introduzido aqui, por razões semelhantes ao anterior. Aparece numa folha solta deste caderno de 1962 mas, pela temática, parece datar dos anos 50, altura da composição e edição dos "Poemas de Aquém e Além", onde abundam estes temas dos estados de alma, ao mesmo tempo personalizados e abstractos.