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ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

Coelho de Sousa: Minha Alegria

DSousa, 22.12.12

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                   Minha Alegria

 

 

Anseio ver-te e gozar-te

O olhar límpido e grande

Tal como o sol que se expande

Todo o dia em toda a parte.

 

O sorriso cristalino

Dos teus lábios de morena

Minha rota faz pequena 

Ao passo de peregrino.

 

E os teus braços quando abertos
São como praia dourada

Sentindo que o mar é nada

Se não sinto os seus apertos.

 

E a fala que me digas,

No conselho que me dês

Vale mais e tanta vez

Que a melhor destas cantigas.

 

Ai amor! que breve o dia

de perder-te eu não pressinta.

E muito menos que sinta

Por ser teu, minha alegria! 

 

Coelho de Sousa: O Mistério desses Olhos (VIII)

DSousa, 09.04.07

Esse mistério do olhar









Ouvinte


Eis o milagre de ver
O que nunca fora visto.
Nossos olhos no olhar,
No olhar do mesmo Cristo


Ouvinte


Volta à tua casa,
e para junto dos teus...


Este milagre dos olhos
Faz pensar em nossos olhos.



Olhos com vida e sem vida...
Não têm língua mas falam
Não têm lábios mas beijam
Não têm braços e abraçam.





Olhos que aprovam e louvam
Olhos sorrindo ou chorando!


Por eles o mundo é nosso...
O mar cabe numa concha
E o céu dentro de nós...



Ninguém pode calcular
quanto vale o nosso olhar.





Coelho de Sousa: O Mistério desses Olhos (VII)

DSousa, 07.04.07



Esse mistério do olhar









Escuta ...  (música)    Mas, o que é isto!
Escuta...       (voz)        Tu és o Cristo.





Nós também te queremos ver...
Nós somos cegos... E é só crer...
Será nosso o teu olhar,
Vem nossos olhos curar!









Espera, sim ouvinte espera...
Queres ver a primavera
 Abrir-se de par em par
No milagre dum olhar?



Espera... a fé somente
É quanto importa à gente
Para ver a Deus que passa..
Eis o milagre da graça.

Que os olhos já têm vida!
Olha o sol já na  subida!




Olha o dia já chegado!
Já vejo o pão sobre a mesa,
E o vinho derramado
Para a divina surpresa!





Coelho de Sousa: O Mistério desses Olhos (VI)

DSousa, 05.04.07
 
 
Esse Mistério do Olhar









Chega-te aqui, vem depressa
Antes que outrem te impeça
à praia vê-lo chegar...

Tem cuidado ao teu olhar...




Não o prendas a mais nada...
É Ele! É Ele que passa.
Repara, ouvinte, na graça
Com que olha a multidão


Que o espera extasiada...
Que põe no olhar a sua alma
-Como fora broa em mão
Como fora em mão a palma!


Dizem que vem de curar
a menina que era morta
ele abriu de novo a porta
à vida num só olhar...




Coelho de Sousa: O Mistério desses Olhos (V)

DSousa, 03.04.07


Esse mistério dos olhos







Vem ver da luz esplendente
O raiar doutras auroras...
Vem comigo ao Oriente.



Não custa nada sonhar.
Faz de sonho o teu olhar,
No mistério dos teus olhos.



E vem comigo.
Eu também,
Por sobre abismos e escolhos
Não irei só... vou contigo...







Sabes que mar é aquele?
De Tiberíades, é o lago...
E não vês, além, é Ele
Que traz no olhar o afago
Do  perdão e do amor!

É Cristo Nosso Senhor.



Coelho de Sousa: O Mistério desses Olhos (IV)

DSousa, 01.04.07


Esse mistério dos olhos







O  mistério do olhar
Não se pode compreender
facilmente e sem perigo...

Tem cuidado ao teu olhar





Ouvinte, se és meu amigo,
Sejas homem ou mulher,
Peço, não vás tu mudar
esta onda, este programa...





Eu venho hoje acender
Nos teus olhos uma chama
Que há-de ser a brilhar
Nos teus olhos, o olhar...




Deixa a casa onde tu moras
E deixa a terra onde vives,
Pessoas com quem convives
E tudo o mais que te prende.




Coelho de Sousa: O Mistério desses Olhos (III)

DSousa, 30.03.07
Esse mistério dos olhos






Pode ler-se a tua vida
Num relance dos teus olhos...
Roseira, por mais florida,
Ninguém lhe esconde os abrolhos!








Meu ouvinte açoriano,
Põe cuidado ao teu olhar!
Nos olhos nunca há engano,
Mesmo tentem enganar!





Nem tempestade nem calma
Nada podem ocultar
Eles são espelho da alma

Tem cuidado ao teu olhar!


Coelho de Sousa: O Mistério desses Olhos (II)

DSousa, 28.03.07


Esse mistério dos olhos









Diz Diogo de Tovar:
São testemunhas os olhos,
Do que sente o coração.

Põe cuidado ao teu olhar!




"Eu antes quero
muda expressão.
Os lábios mentem,
os olhos não".






Disse o Bocage engenhoso
E Vicente de Areoso,
nota assim e tanto bem,
que não se engane ninguém:




"As palavras nunca dizem,
nunca conseguem dizer,
Metade que os olhos dizem
Que os olhos dizem, sem querer"







Não brilham mais as estrelas
do que uns olhos a brilhar....
Eles são da alma as janelas.

Põe cuidado ao teu olhar!