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ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

Coelho de Sousa: Natal- A noite e o dia (III)

DSousa, 05.01.08


(III)





Eu sinto a tua ausência tal e qual
à veia surge o sangue para viver.
E sofro duplamente este meu mal:
Querer o que não devo e dá prazer.

Não sei quem tenha sorte à minha igual,
Por mais que me lastime e sem conter
O pranto e o gosto assim paradoxal.
E que é tormento enorme o ser-não-ser .


Não creio como pão me venha a pedra
Que assim de engano a alma não se engendra...
Espero o teu convite para a boda.

E rei serei também de anel ao dedo
e ceptro manejando forte e ledo
Em trono e casa cheia a vida toda.


Coelho de Sousa: História em Quadras (VIII)

DSousa, 20.11.06

História feita em quadras

 

Oh! Senhora do trabalho
A ceia feita e ao lume;
Que o verbo santo que espalho
ganhe de altura o perfume

 

 

Nossa Senhora do templo
Onde está o teu menino?
Perdeu-se. Sigo o exemplo
à procura do destino.

 

 

Nossa Senhora do encontro
Encontrar o que perdi...
Nossa Senhora da vida
Da vida que é para ti...

 

 

Nossa Senhora do adeus
que tem o pranto nos olhos
Põe o teu pranto nos meus
Porque chore os meus escolhos...

Coelho de Sousa: O Mar e a Dor (VI)

DSousa, 15.10.06

O Mar e a Dor (VI)

 

Santo dos Santos! Presente!
Dos sete lumes o brilho...
Eis aqui o nosso Filho!

 

E o velho ancião que pressente
O tempo que já chegou
Olhos no céu e falou:

 

Sinal de contradição!
Este menino há-de ser
E oh! mãe, teu coração
Uma espada há-de sofrer!

 

E do mar a água salgada
Mais salgada inda ficou
No pranto que ela chorou
Ao sentir  a aguda espada!

Coelho de Sousa: O Mar e a Dor (V)

DSousa, 13.10.06

O Mar e a Dor (V)

 

Mas tu choraste, Senhora,
E o teu pranto foi um mar.
Ai! de quem não for agora
No teu pranto a alma lavar...

 

Foi, então, desde essa hora
Que o mar ficou mais salgado
Tinha o teu pranto, Senhora
E o nosso sal de Pecado...

 


 

 

É meia noite, é de dia!
É um milagre dos céus.
Pois nos braços de Maria
Eis um menino que é Deus!

 

Mas o menino chorou
E com Ele sua Mãe.
Foi assim que começou
Crescendo o sal que o mar tem.