Coelho de Sousa: É esta nuvem de mim...(IV)
DSousa, 01.12.07
(IV)
Deus prometeu e nunca falta.
É maré alta.
Abriu-se o céu.
É a vida que ressalta.
Pois Jesus nasceu.
E o Verbo se faz carne e vimos sua glória
Cantada pelos anjos lá pelas alturas.
A paz voltou à terra. A sua trajectória,
Em palhas dum presépio, frias, mal seguras,
Reencontrou o homem certo da vitória.
Já pode erguer ao céu as mãos tornadas puras,
Rezar: Pai-Nosso, a vida transitória
eterna se tornou em ti que sempre duras!
A cruz nos ombros meus, tal como aos ombros dele
É sacramento doce que p'ra ti me impele.
E eu vivo seduzido num amor tão pulcro
Que, embora saiba o corpo ir ser pó de sepulcro,
A vida já não pesa, já não custa nada,
Assim ungida a alma e n'Ele sacramentada.