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ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

Coelho de Sousa: Lição Primeira (III)

DSousa, 24.08.08

 

 

 


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Lição primeira (III)

 

E tu bebeste e saciaste a fome.
E tinhas no teu peito o Sol ardente

E a noite do anseio veemente

Já quase feita em dia claro
Onde reinava a paz!

Tinhas em ti a graça de mil primaveras
Abrindo em neve as flores dos jardins de Deus
E, finalmente, já sabias
O que eras
E a soma de grandezas que valias

Deus queira, meu amigo,
Conserves sempre brancas tuas mãos
Guardando imaculada a concha do ideal,

Depois desta lição que foi primeira.


Que o sonho que sonhaste, eras menino,
Ouvindo a melodia de uma voz sulime,

Vivendo irmão de quanta  estrela anima a noite,
Te seja a realidade
Dum sonho de verdade
Com S. Tomás de Aquino.

 


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 Nota : este longo poema preenche as páginas 19 a 23 dos "Poemas de Aquém e Além"

Coelho de Sousa: Lição Primeira (II)

DSousa, 22.08.08

 

 

 


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Lição primeira (II)

 

Um dia,
Não tinha sido longo o teu caminho
Mas vinhas já cansado e tinhas sede;
Ansiavas por beber todas as fontes,

Querias as estrelas como irmãs
Naquele abraço infinito em horizontes
do teu ideal de jovem.

Sonhaste no amor pela ciência
um mundo sem orgias de maldade
Onde somente um canto de alegria
Anunciasse a vida na verdade.

E então, era manhã,
ouvias a lição primeira da ciência grande...
Disse-te o mestre abrindo o livro santo:

"Aqui, amigo
Aqui a fonte e o abrigo
A luz que nunca tem poente,

E o pão de loiras messes cultivadas
P'las mãos do Omnipotente.
Amai a S.Tomás".

 

 

 


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Coelho de Sousa: Lição Primeira (I)

DSousa, 20.08.08

 

 

 


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Lição primeira

 

Aos mestres e alunos do 1º curso
de S. Tomás

 

 

Enquanto tu levavas nas  mãos brancas
Uma concha de madrepérola
Onde crescia o lírio do ideal;

Enquanto não havia nuvens dentro em ti
E o sol queimava a madrugada
debaixo dos teus passos de criança;

Enquanto a melodia de uma voz sublime
escrita numa pauta de silêncio fundo
Ecoava nas quebradas da tua alma

Enquanto a vida era um abrir de girassol
E tu, não eras tu somente,

Mas outro alguém que ia contigo,

Então, amigo,
Rasgou-se a luz no teu olhar primaveril
Abriu-se em par um céu de anil.

Quiseste num ensejo de vitória
Colher a natureza toda num só beijo
E triunfar num sonho de suprema glória

 

E não ficou embalde o teu desejo.

 


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