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ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

Coelho de Sousa: Verba...Verba

DSousa, 31.05.08

 

 

 

 

 

Verba...Verba

 

No mar da fantasia, embarcações
De sonhos carregadas puz ao vento...
E naveguei... De ignotas regiões
Buscava, nauta audaz, descobrimento!

 

 

Sonhava pedrarias aos montões;
Guardar riquezas como um avarento...
Surgiu a tempestade... E as ilusões
Se foram logo todas num momento!


Agora já não sonho... (É evidente
Que a vida não é sonho, é realidade.)
Desmantelou-se a frota da Ilusão!


Que triste marinheiro eu fui!...Somente
Nas ondas se ficou a saudade
A quem voltei fazendo embarcação!..

 

 

 

 

Salamanca 25-X-952

Coelho de Sousa: É esta nuvem de mim...(II)

DSousa, 27.11.07


(II)


E toda a história humana
se desdobra em mim
desde Adão a Cristo
escrita assim:



Espesso, denso, imenso como um céu
de chumbo negro, opaco e opressor
nasceu, avassalou, recrudesceu
E dominou o mundo num terror,

Que pôs em cada fronte asco e labéu,
em cada lábio roxo, acre travor ,
em cada peito exangue, um escarcéu,
em cada vida e alma, um vil torpor.

E foi de chama ardente, enorme incêndio.
O que ficou no  mundo de estipêndio
Ao dente posto na maçã comida!

Perdeu-se em cada lábio, alvo sorriso.
Fechou-se a porta áurea ao paraíso.
E pranto e dor e morte herdou a vida.





Coelho de Sousa: É esta nuvem de mim...(I)

DSousa, 25.11.07



Estimado ouvinte,
volta hoje ao RCA a rubrica

a vida é para ti.

E, desta vez, ambientada pelo
mistério das almas
deste Novembro
ensombrado das bombas
da maldade humana.

Toda ela é uma atitude
de quem vive
numa expectativa misteriosa.

Assim, fica-se a minha alma
num silêncio envolta...
E o estro à pena logo a rima solta,
assim feita encantamento:

l


Domina-me um silêncio extasiante,
Nimbada a fronte fica do sublime.
É raio que a ilumina um só instante?
É prenda à cruz divina que a redime?

É cravo em mão aberta ou peito arfante
ao coração que em lança amor encime?
Ou é demónio atrás de fauce hiante
que ao dente do pecado a vida oprime?

Rompam silêncio, venham dizer quem
me fez extasiado este momento?
Foi Deus? Foi demónio? Ou foi ninguém?

Respondam, que o sublime é já tormento.
Foi Deus? Foi demónio? Que me falem!
Silêncio. Silêncio!  Encantamento!