Coelho de Sousa: Ao vento
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Ao Vento
Ventania agreste
Eu sei que vens de Deus mandada lá do alto
Mas desceste
Uivando como um cão raivoso à minha porta…
Gritaste em desespero
Como fora alma penada
Que o vaguear constante não suporta
Passaste no jardim como um incêndio frio
Tu vens de Deus mandada
Mas quando passas
Não deixas ficar nada…
Nem ao menos o silêncio
Com que gostava de te ver passar
Ventania agreste,
voltando à minha porta, poderás cantar
mas não uivar que metes medo
E se és alma penada,
Vai-te esconder depressa num rochedo
Muito distante, além do mar
Assim não voltes mais
Que levas tudo…até meus ais!
S. Rafael, 2-11-954